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O Oceanário de Lisboa tem novos residentes: os tubarões-zebra

Longos e elegantes, os tubarões-zebra juvenis têm o corpo claro com bandas pretas, semelhantes às de uma zebra, a que devem o seu nome comum.

O Oceanário de Lisboa tem dois novos residentes: os tubarões-zebra. Longos e elegantes, os tubarões-zebra juvenis têm o corpo claro com bandas pretas, semelhantes às de uma zebra, a que devem o seu nome comum. Em adultos, adquirem um padrão claro com manchas escuras arredondadas e, por esta razão, nalguns países são conhecidos como tubarões-leopardo. Esta espécie, Stegostoma tigrinum, é inofensiva, ocorre em águas tropicais e subtropicais e é capturada para consumo humano, sendo a carne vendida fresca, seca e como farinha de peixe. O fígado é processado como vitaminas e as barbatanas são comercializadas por elevado valor. A pressão da pesca constitui, por isso, uma ameaça constante para esta espécie, que a IUCN — União Internacional da Conservação da Natureza — avaliou como «Vulnerável» na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas.

Os dois tubarões juvenis machos, cedidos pelo aquário francês de Nausicaa com pouco mais de 2Kg, estiveram em quarentena a crescer, com monitorização de uma equipa de aquaristas. Atualmente, com quase 2 anos de idade e mais do dobro do peso e tamanho, juntam-se às cerca de 50 espécies residentes no aquário central, onde nadam como embaixadores da sua espécie. É frequente encontrá-los junto ao fundo, onde os visitantes poderão vê-los a serem alimentados pelos aquaristas, em mergulho, às segundas, quartas e sextas-feiras, entre as 11h30 e as 12h30. Neste regresso a Lisboa, (re)visite aquele que foi considerado por três vezes o ‘Melhor aquário do Mundo’ e conheça os novos tubarões-zebra.

«Os tubarões-zebra introduzidos no aquário central integram o programa europeu de reprodução desta espécie (European Studbook). São animais que, podem viver cerca de 30 anos, o que permite que seja recolhida e partilhada muita e válida informação ao longo do tempo, essencial para aumentar o conhecimento sobre a biologia destes animais, e assim contribuir para a proteção das espécies na natureza», afirma Núria Baylina, curadora e diretora de Biologia e Conservação do Oceanário de Lisboa. Para explicar o papel fundamental dos aquários públicos, da cedência de espécies entre instituições e dos programas de reprodução, Núria Baylina refere ainda o bom exemplo «do Projeto StAR (Stegostoma tigrinum Augmentation and Recovery), que procura restabelecer uma população saudável de tubarões-zebra, autossustentável e resiliente, nas suas zonas de ocorrência, através da introdução de juvenis na natureza, nascidos de ovos provenientes de aquários públicos». O projeto StAR começou como uma iniciativa dos aquários norte-americanos, à qual se juntaram, recentemente, vários aquários europeus.